(Veja as fotos abaixo, antes de ler ! )
Encantam-me essas mãos envelhecidas. Olhando-as dá para imaginar o vai e vem da labuta diária e sofrida numa época que exigia força bruta, paciência e muito suor devido aos afazeres domésticos.
Quantas histórias há em cada sulco e protuberâncias causadas pelas veias endurecidas e fustigadas pelo pulsar da vida? Quantas lágrimas de riso ou de dor elas secaram ?
Vejo-as em gestos leves e dançantes ; ternas e generosas; postas em oração ou escondendo o pranto ; erguidas aos céus em gratidão ou clamando por auxílio; porém sempre fortes e enérgicas ao enfrentar seu destino.
Mas o tempo é implacável e inexorável! Nada o vence, nada o detém ! Varreu-lhes a suavidade, e num sopro leve e morno tirou-lhes todo o veludo que as mantinham leves e macias !
O tempo é assim ...corrói a vida , invejoso do vento que corrói a terra!
Claudia Perpétuo, fotógrafa de Niterói, reconhecida internacionalmente, fala de sua série fotográfica "STONEHAND "
Stonehand é a tentativa de criar um paralelo entre vida e eternidade, enfatizando essa relação com a semelhança entre os efeitos da erosão em minerais e os efeitos da idade sobre as pessoas. Da terra à terra, do pó ao pó. Sem personificação (só as mãos são mostradas), esta série sugere que, no final, somos todos parte de uma mesma coisa, apenas uma grande bola de pedra solta no espaço.
A aspereza da pele, as bordas bem definidas, o contraste entre pontos brilhantes e pontos escuros (como minerais) faz com que o observador perceba que há beleza mesmo no seco, no bruto, no final.
Mais de Claudia e sua obra em :
( claudiaperpetuo.com )
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