quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Catadora de Lindezas



Eu venho de lá, onde o bem é maior. De onde a maldade seca, não brota.

De onde é sol, mesmo em dia de chuva e a chuva chega como benção.

Lá sempre tem uma asa, um abrigo para proteger do vento e das tempestades.

Eu venho de um lugar que tem cheiro de mato, água de rio logo ali e passarinho em todas as estações.

Eu venho de um lugar em que se divide o pão, se divide a dor e se multiplica o amor.

Eu venho de um lugar onde quem parte fica para sempre, porque só deixou boas lembranças.

Eu venho de um lugar onde criança é anjo, jovem é esperança e os mais velhos são confiança e sabedoria.

 Eu venho de um lugar onde irmão é laço de amor e amigo é sempre abraço. 
Onde o lar acolhe para sempre, como o coração de mãe.

Eu venho de um lugar que é luz mesmo em noite escura. Que é paz, fé e carinho. Eu venho de lá e não estou sozinho, “sou catador de lindezas”, sobrevivo de encantamento, me alimento do que é bom, do bem.

Procuro bonitezas e bem querer, sobrevivo do que tem clareza e só busco o que aprendi a gostar.

Não esqueço de onde venho e vou sempre querer voltar. Meu lugar se sustenta do bem que encontro pelo caminho, junto a maços de alfazema e alecrim.

Assim, sou como passarinho carregando a bagagem de bondade, catando gravetos de cheiro, para esquentar e sustentar o ninho…

Talvez a vida tenha feito você acreditar que este lugar não existe. Te digo: tem sim, é fácil encontrar.

Silencie, respire, desarme-se, perceba, é pertinho… Este lugar que pulsa amor é dentro da gente, é essência, está em cada um de nós. 
Basta a gente buscar.”

  Rita Maidana

Fonte
Blog: A velhice

domingo, 1 de outubro de 2017

Cata - vento

Amanheceu assim no parque: vegetação lavada,  dia claro e ensolarado.


O cata-vento gira...gira...


Atraindo-me para o carramanchão, lindo,
florido , sombreado


...e ao menino também!


Resistir por que?
Aqui a beleza impera.


E na lagoa, a garça reina!





quinta-feira, 28 de setembro de 2017

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Caminhada Ecológica

Serra dos Cocais, zona rural de Coronel Fabriciano - MG Brasil, com o grupo: Caminhada Ecológica Vó Luíza.




Organizada por Emerson Barros, o percurso de 19 km foi vencido pela maioria.
Há carros de apoio durante o trajeto, portanto idosos e crianças também são bem vindos .

           Mirante da Serra

Vista exuberante e pausa para lanchar, confraternizar e agradecer ao Criador por  tantas maravilhas.




Último olhar...bora caminhar, que tem muita serra e uma das cachoeiras  pela frente .




 Todos felizes e descansados , hora de seguir,  o almoço que Vó Luíza preparou nos espera lá no alto .




Lá, onde o céu beija a terra,

muita música, churrasco, alegria e planos para a próxima.


Até lá!







































terça-feira, 26 de setembro de 2017

Envelheça com Sabedoria

Texto sábio de um geriatra

fonte: www.taquibras.com.br
"Estamos envelhecendo. Não nos preocupemos!

De que adianta, é assim mesmo. Isso é um processo natural.

É uma lei do Universo conhecida como a 2ª Lei da Termodinâmica ou Lei da Entropia.

Essa lei diz que:  “A energia de um corpo tende a se degenerar e com isso a desordem do sistema aumenta”.

Portanto, tudo que foi composto será decomposto, tudo que foi construído será destruído, tudo foi feito para acabar.

Como fazemos parte do universo, essa lei também opera em nós. Com o tempo, os membros se enfraquecem, os sentidos se embotam.

Sendo assim, relaxe e aproveite. Parafraseando Freud: “A morte é o alvo de tudo que vive”. Se você deixar o seu carro no alto de uma montanha, daqui a 10 anos ele estará todo carcomido. O mesmo acontece a nós.

O conselho é: Viva. Faça apenas isso. Preocupe-se com um dia de cada vez. Como disse um dos meus amigos a sua esposa: “me use, estou acabando!”.

Hilário, porém realista.

Ficar velho e cheio de rugas é natural. Não queira ser jovem novamente, você já foi.

Pare de evocar lembranças de romances mortos, vai se ferir com a dor que a si próprio inflige.
Já viveu essa fase, reconcilie-se com a sua situação e permita que o passado se torne passado.

Esse é o pré-requisito da felicidade. “O passado é lenha calcinada. O futuro é o tempo que nos resta: finito, porém incerto” como já dizia Cícero.

Abra a mão daquela beleza exuberante, da memória infalível, da ausência da barriguinha, da vasta cabeleira e do alto desempenho, pra não se tornar caricatura de si mesmo. Fazendo isso ganhará qualidade de vida.

Querer reconquistar esse passado seria um retrocesso e o preço a ser pago será muito elevado. Serão muitas plásticas, muitos riscos e mesmo assim você verá que não ficou como outrora.

A flor da idade ficou no pó da estrada. Então, para que se preocupar?! Guarda os bisturis e toca a vida.

Você sabe quem enche os consultórios dos cirurgiões plásticos? Os bonitos. Você nunca me verá por lá. Para o bonito, cada ruga que aparece é uma tragédia, para o feio ela é até bem vinda, quem sabe pode melhorar, ele ainda alimenta uma esperança.
Os feios são mais felizes, mais despreocupados com a beleza, na verdade ela nunca lhes fez falta, utilizaram-se de outros atributos e recursos. Inclusive tem uns que melhoram na medida em que envelhecem.

Para que se preocupar com as rugas, você demorou tanto para tê-las! Suas memórias estão salvas nelas.

Não seja obcecado pelas aparências, livre-se das coisas superficiais. O negócio é zombar do corpo disforme e dos membros enfraquecidos.

Essa resistência em aceitar as leis da natureza acaba espalhando sofrimento por todos os cantos.

Advêm consequências desastrosas quando se busca a mocidade eterna, as infinitas paixões, os prazeres sutis e secretos, as loucas alegrias e os desenfreados prazeres.

Isso se transforma numa dor que você não tem como aliviar e condena à ruína sua própria alma.

Discreto, sem barulho ou alarde, aceite as imposições da natureza e viva a sua fase.

Sofrer é tentar resgatar algo que deveria ter vivido e não viveu. Se não viveu na fase devida, o melhor a fazer é esquecer.

A causa do sofrimento está no apego, está em querer que dure o que não foi feito para durar. É viver uma fase que não é mais sua.

Tente controlar essas emoções destrutivas e os impulsos mais sombrios. Isso pode sufocar a vida e esvaziá-la de sentido. Não dê ouvidos a isso, temos a tentação de enfrentar crises sem o menor fundamento.

Sua mente estará sempre em conflito se ela se sentir insegura. A vida é o que importa. Concentre-se nisso.

A sabedoria consiste em aceitar nossos limites.

Você não tem de experimentar todas as coisas, passar por todas as estradas e conhecer todas as cidades.

Isso é loucura, é exagero. Faça o que pode ser feito com o que está disponível.

Quer um conselho? Esqueça. Para o seu bem, esqueça o que passou. Tem tantas coisas interessantes para se viver na fase em que está.

Coisas do passado não te pertencem mais. Se você tem esposa e filhos, experimente vivenciar algo que ainda não viveram juntos, faça a festa, celebre a vida, agora você tem mais tempo, aproveite essa disponibilidade e desfrute. Aceitando ou não, o processo vai continuar.

Assuma viver com dignidade e nobreza a partir de agora. Nada nos pertence.

Tive um aluno com 60 anos de idade que nunca havia saído de Belo Horizonte. Não posso dizer que, pelo fato de conhecer grande parte do Brasil, sou mais feliz que ele. Muito pelo contrário, parecia exatamente o oposto.

O que importa é o que está dentro de nós, a velha máxima continua atual como nunca: “quem tem muito dentro precisa ter pouco fora”.

Esse é o segredo de uma boa vida."

(desconheço o autor)

sábado, 23 de setembro de 2017

Ode à Primavera

Diante de tanta beleza,  ajoelhei na calçada, busquei o ângulo ideal  e curvei-me à rainha das estações. 



 Flores e cores em profusão, obras da Mãe Natureza, mostram a face do criador.






Dispensa palavras, elas falam!




Bem vinda Primavera!



sábado, 17 de junho de 2017

Quem deixou meus pais envelhecerem?


                                                       

Meus pais não são velhos. Quer dizer, velho é um conceito relativo. Aos olhos da minha avó são muito moços. Aos olhos dos amigos deles, são normais. Aos olhos das minhas sobrinhas, são muito velhos. Aos meus olhos, estão envelhecendo. Não sei se lentamente, se rápido demais ou se no tempo certo. Mas sempre me causando alguma estranheza.

Lembro-me de quando minha mãe completou 60 anos. Aquele número me assustou. Os 59 não pareciam muito, mas os 60 pareciam um rolo compressor que se aproximava. Daqui uns anos ela fará seus 70 e eu espero não tomar um susto tão grande dessa vez. Afinal, são apenas números.

Parece-me que a maior dificuldade é aprendermos a conciliar nosso espírito de filho adulto com o progressivo envelhecimento deles.
Estávamos habituados à falsa ideia que reina no peito de toda criança de que eles eram invencíveis. As gripes deles não eram nada, as dores deles não eram nada. As nossas é que eram graves, importantes e urgentes.

E de repente o quadro se inverte.
Começamos a nos preocupar, frequentemente de forma exagerada, com tudo o que diz respeito a eles.
A simples tosse deles já nos parece um estranho sintoma de uma doença grave e não uma mera reação à poeira.
Alguns passos mais lentos dados por eles já não nos parecem calma, mas sim uma incômoda limitação física.
Uma conta não paga no dia do vencimento nos parece fruto de esquecimento e desorganização e não um simples atraso como tantos dos nossos.

Num dado momento já não sabemos se são eles que estão de fato vivendo as sequelas da velhice que se aproxima ou se somos nós que estamos excessivamente tensos, por começarmos a sentir o indescritível medo da hipótese de perdê-los- mesmo que isso ainda possa levar 30 anos.

Frequentemente nos irritamos com nossos pais, como se eles não estivessem tendo o comportamento adequado ou como se não se esforçassem o bastante para manterem-se jovens, vigorosos e ativos, como gostaríamos que eles fossem eternamente.
De vez em quando esbravejamos e damos broncas neles como se estivéssemos dentro de um espelho invertido da nossa infância.

Na verdade, imagino eu, nossa fúria não é contra eles. É contra o tempo. O mesmo tempo que cura, ensina e resolve é o tempo que avança como ameaça implacável.
A nossa vontade é gritar “Chega, tempo! Já basta! 60 já está bom! 65 no máximo! 70, não mais do que isso! Não avance, não avance mais!”.
E, erroneamente, canalizamos nos nossos pais esse inconformismo.

O fato é que às vezes a lentidão, o esquecimento e as limitações são, de fato, frutos da idade. Outras vezes são apenas frutos da rotina, tão naturais quanto os nossos equívocos.
Seja qual for a circunstância, eles nunca merecem ter que lidar com a nossa angústia. Eles já lidaram com os nossos medos todos:  de monstros, de palhaços, de abelhas, de escuro, de provas de matemática, ao longo da vida.

Eles nos treinaram, nos fortaleceram, nos tornaram adultos. E não é justo que logo agora eles tenham que lidar com as nossas frustrações. Eles merecem que sejamos mais generosos agora.

Mais paciência e menos irritação.
Menos preocupação e mais apoio.
Mais companheirismo e menos acusações.
Menos neurose e mais realismo.
Mais afeto e menos cobranças.

Eles só estão envelhecendo. E sabe do que mais? Nós também.
E é melhor fazermos isso juntos, da melhor forma.

Texto: Ruth Manus
Fonte : Estadão